Gabardina I

J O Ã O  L A I A
 
   


Parado no umbral da porta, o homem da gabardina, levantou o colarinho, enterrou o chapéu um pouco mais na cabeça... A noite estava fria e a aragem entrava-lhe pela gola puxada para cima.
Levantando o olhar, fixou-o num ponto invisível da escuridão silenciosa, prestando atenção ao ruído dos ratos que por baixo do soalho vasculhavam o pó húmido à procura de alimento e ao silvo do vento no tecto assim como ao bater monótono da chuva fina na janela...
Por momentos a noite e os seus ruídos absorveram-lhe a atenção e então, com o ouvido atento às oscilações preguiçosas do silêncio, manteve-se imóvel, até que em passos largos desapareceu na noite.
 
 
     
RABISCOS

GRATO
COIMBRA
QUANDO
DOCES ALMAS
12 JANEIRO 1985
ERAM
PRETO E BRANCO
BOLOTAS
GABARDINA I
18 ABRIL 2012
CAIS D'EMBARQUE
MÃOS ALGEMADAS
PARA "TI", ... PARA "VÓS"
PREFÁCIO
ALBATROZ
MÃOS
...

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